Arquivos Mensais: August 2009

Procurando apartamento

Procurar um apartamento em Montréal não é nada fácil. Principalmente, quando você é imigrante e sem referências. Eu não aguentava mais ver nenhuma placa: À LOUER! FOR RENT!

Dei uma olhada na região da Peel, porque era onde eu gostaria de morar. Os valores do aluguel eram algo em torno de 950 a 1550 dólares. Normalmente, os apartamentos nessa região são como flats que você só precisa entrar e alguns mobiliar, no mais, existe uma administração que toma conta de tudo para você. Os mais mais baratos são bem ruins e velhos.

Fiquei um pouco preocupada porque esses valores fugiam do meu orçamento. Além de que, eu sabia que podia achar algo bem mais em conta.

Continuei a busca com meu pai, que tinha mais paciência do que eu rs. Eu não gosto de procurar apartamento, mesmo quando é para eu morar. Como no hotel havia internet, pesquisei para saber como as pessoas faziam para procurar apartamento e descobri que o jeito era olhar em sites, ligar e agendar.

Para mim, foi horrível! Procurar apartamento, ligar e em outra língua rs. Depois de olhar por vários, escolhi um apartamento que eu achei lindo e o aluguel melhor também rs. A região então seria Cotê-des-Neiges. Eu não tinha passado por essa região antes, na verdade eu nem conheço o bairro todo. Liguei para a agente imobiliária e agendei um horário.

Eu e meu pai fomos pontuais e a corretora também! Fiquei encantada com o apartamento, por ser grande, por ter elevador. Definitivamente, não gosto daquelas escadas do lado de fora da casa, algo muito comum em Montréal, fico sempre imaginando uma queda no inverno ou na dificuldade de transportar coisas. Mas pode ser bobagem minha.

No mesmo dia assinei minha proposta de contrato e dei o primeiro cheque. Fiquei muito feliz também porque não me pediram para dar mais cheques. Não paguei nada a mais. Estava tudo direito, conforme a lei de aluguel da Província.

O problema maior foi que eu não tinha telefone, somente no hotel, então algumas vezes não podíamos sair por estar esperando o telefonema da corretora. Outro problema foi que o dono do apartamento ficou doente e estava no hospital e quem marcou o encontro comigo foi a filha dele. Tudo isso tornou o processo lento (quase 2 semanas) e angustiante. Eu e meu pai achávamos que não iriam mais alugar e começamos a olhar por outros apartamentos na mesma rua.

Precisei mostrar a ela que eu tinha condições de pagar o aluguel, já que ainda não tinha referência e não estava empregada, o que eu achei justo. Ela foi o tempo todo muito simpática e concordou em alugar.  No final, ela ainda me deixou flores na porta do apartamento! Achei realmente muito gentil da parte dela.

Eu adoro a região, tem tudo perto, é certo que tem uma ladeirinha na minha rua que eu acredito que será super divertida no inverno para eu cair rs e além disso, preciso pegar um ônibus para ir para o mêtro, pode ser que eu congele no caminho rs.

Ah sim, continuo sem conhecer o bairro todo!

Para quem não sabe, os apartamentos aqui são geralmente: 1 1/2 – 2 1/2 – 3 1/2  – 4/12  e assim vai…

O 1/2 corresponde ao banheiro. E o outro número corresponde ao número de peças do apartamento e que não necessariamente possue uma divisão de fato. Por exemplo, eu já vi caso de ser um 3 1/2 que não tem um quarto fechado, com porta e tal.

Abrir conta no Banco

A primeira coisa que realmente fiz quando cheguei aqui, além de ficar no hotel vários dias e andar muito rs, foi abrir uma conta no banco.

Na verdade, eu tentei tirar documentos, alugar apartamento, mas sem endereço fixo ficou impossível. Tudo o que consegui foi marcar com o gerente do banco um encontro no dia 19 de junho às 10:30 da manhã.

Eu tinha pensando, inicialmente, abrir uma conta no banco Desjardins. É um banco muito conhecido aqui em Québec, porém eu não sabia sobre ele em outras províncias.

Meu pai já tinha tido uma conta no RBC (Royal Bank of Canada) quando ele morou em Toronto, então recomendou que eu abrisse a conta lá mesmo.

Quando cheguei lá, o gerente foi super simpático e diferente do Brasil, pelo menos do Banco do Brasil, não tinha nenhuma fila.

Ele já tinha preparado um “dossiê” para abrir minha conta, pastinha e vários papéis explicando sobre ela. Mostrei documentos e tudo mais. E ai ele disse que eu precisava de um endereço e o NAS (Número do Seguro Social)  e como eu não tinha, deixaria minha conta “semi-aberta”. Ou seja, além de não resolver nada, eu teria um problema “semi-resolvido”.

Ele me explicou tudo, que eu não pagaria nenhuma taxa por 6 meses e também que qualquer quantia que sai da conta, cobra-se uma taxa aqui, no Canadá. Ninguém merece!

Eu estava triste por não ter conseguido abrir a conta… Mas quando eu disse que eu tinha um dinheiro para depositar,  o cenário mudou e ele mudou de idéia tb! Abri minha conta e recebi uma cartão provisório para movimentá-la, além de duas folhas de cheque.

O cheque aqui é completamente diferente do formato utilizado no Brasil como segue o modelo abaixo:

1 – Colocar a data
2 – Código do cheque
3- Nome do seu banco (embaixo tem uma linha para por o motivo do cheque, por exemplo, “aluguel”)-
4 – Valor numérico
5 – Seu nome, seu endereço
6 – Assinatura
7 – Número do cheque

Depois recebi pelo correio talão de cheque e o cartão definitivo.

Ah sim, posso pagar contas pela Internet e ainda não estou muito certa de como fazer transferência.

Sobre o cartão de crédito, você pode fazer, desde que deixe uma quantia “presa” com o banco que é a garantia que você não vai estourar o cartão e fugir rs. O valor fica preso por um ano, mas eu acho que vale a pena fazer.

DICA: Essa semana dei uma olhada no meu saldo e vi que tinham cobrado uma taxa mensal de 13 doláres. Claro que eu fui no banco reclamar e vi que já devolveram meu dinheiro também. O bom que aqui podem até cometer erros, mas na hora de resolver, você não precisa reclamar duas vezes! E reclame sempre!

Primeiros Passos – A chegada

Cheguei no Canadá com meu pai dia 12 de junho. Viajamos pelo único vôo diário da Air Canada que saiu de São Paulo às 20:00 e chegou em Toronto às 05:35 da manhã.

Por sinal, eu acho o avião da Air Canada muito desconfortável, a cadeira não reclina muito e a comida também é bem ruim. Resumindo, igual aos vôos domésticos no Brasil com a diferença que você fica umas 10 horas no avião e a passagem é muito mais cara.

Descemos do avião e fomos para parte da Polícia Federal. Lá a agente perguntou o que estávamos fazendo ali, etc. Respondemos e ela riscou de rosa o papel que preenchemos no avião (contando se estávamos levando algo do Brasil que deveria ser apresentado para a Polícia) e mandou a gente seguir.

Detalhe: Como eu e meu pai temos vistos diferentes, cada um tinha que ter preenchido papéis diferentes! Então tive que fazer o meu lá na Polícia Federal mesmo.

Quando fomos entregar o papel para um outro agente e pegar as malas, ele nos mandou entrar na Imigração. Eu entendi o motivo de ser mandada para lá, já que estava sem meu PR Card. Mas não o motivo de mandarem meu pai!

Só sei que uma outra agente nos recebeu e nos fez várias perguntas. Acho que ela pensou que eu estava trazendo meu pai ilegalmente, qualquer coisa assim! Assumo que fiquei um pouco chateada com isso, mas regras são regras e respondi tudo. Expliquei que meu pai estava apenas vindo me ajudar na minha chegada. Que ano passado eu já era imigrante e só tinha ficado 15 dias..blá blá blá. O importante é dizer sempre a verdade! Então ela com uma cara de quem não gostou muito, nos liberou e seguimos para pegar as malas!

Ficamos uns 4 dias em Toronto no Hotel Days Inn (bem localizado, barato e simples – mesmo que eu tinha ficado ano passado, escreverei mais sobre Toronto posteriormente)  e depois seguimos para Montréal..Onde minha nova vida começou!

Chegamos no aeroporto de Montréal as 13:00 hs, o vôo é rápido (1 hora apenas – tipo Rio – São Paulo) e fomos direto para o Hotel. Ficamos no mesmo hotel que eu já tinha ficado no ano passado tb: o Best Western da Rua Peel. Ele é ótimo no custo/benefício e fica bem no centro da cidade e perto do mêtro Peel.

Como dessa vez ficamos quase 3 semanas morando no hotel, eu e meu pai tivemos uma alergia ao carpete e sinceramente acredito que eles não fizeram a limpeza do quarto como deveriam – poeira e tal!

Enfim, fui atrás de tirar documentos, mas o grande erro foi ter vindo sem um endereço fixo! Resultado, tudo o que consegui na primeira semana foi marcar um encontro com o gerente do banco que contarei no post a seguir.